No dia 6 de dezembro será realizado o julgamento da policial militar Ediana Barbosa de Oliveira. No dia 3 de abril de 2011, ela foi presa em flagrante por ter se afastado da unidade onde servia, no Posto de Atendimento ao Cidadão – PAC – no Eduardo Gomes, para ir ao banheiro de sua residência, que fica a cerca de 200m de distância. Isso tudo aconteceu por volta da meia-noite, quando a policial já estaria completando 17h ininterruptas de serviço operacional e sentiu a necessidade de ir ao banheiro. No PAC do Eduardo Gomes não tinha banheiro nem alojamento feminino. Então, a PM decidiu ir ao banheiro da casa dela.
Ao sair, ela avisou ao cabo, que também se encontrava em serviço, e se dirigiu à sua residência a pé, acompanhada de outro militar. Outros quatro policiais militares continuaram no posto. Assim que chegou à sua residência, recebeu a ligação de um dos militares informando que o capitão Donald, então comandante da companhia, a procurava.
ENQUADRADA
A policial Ediana voltou ao serviço e ligou para o comandante, recebendo a notícia de que estava presa em flagrante delito pelo crime de abandono de posto. Ela chegou a argumentar que a motivação do suposto abandono seria a ausência de condições no PAC para fazer as necessidades fisiológicas e a higienização pessoal com privacidade.
Em média, oito policiais masculinos utilizavam o PAC como ponto de apoio. Outra justificativa é que, sendo a mulher mais suscetível a infecções urinárias por causa das suas especificidades, seria necessário usar outro local. Ediana foi levada para o Quartel Central, pois, na época, o Presídio Militar também não dispunha de instalações adequadas para receber uma mulher.
A Associação Integrada de Mulheres da Segurança Pública em Sergipe – Asimusep -, através do advogado Gerson Carvalho, peticionou um Alvará de Soltura na 6ª Vara Criminal da Comarca de Aracaju, deferido e executado na manhã de 5 de abril de 2011. As várias fases do julgamento se arrastam por mais de dois anos e a pena para o crime de abandono de posto, do qual a policial está sendo acusada, varia de três meses a um ano de detenção. O julgamento será realizado na 6ª Vara Criminal, no Fórum Gumersindo Bessa.
DATA: 25/11 A 01 DE DEZEMBRO DE 2013 | CINFORM ANO XXX EDIÇÃO 1598
