Elas fazem parte da PM, Polícia Civil, Bombeiros, IML, Guarda Municipal, Defesa Civil e buscam unidade para se proteger.
As mulheres são minoria na Segurança Pública de Sergipe, mas não demonstram pequenez em nenhum momento. São as bravas guerreiras do fogo como os homens, enfrentam bandidos nas Polícias Militar e Civil, protegem o patrimônio na Guarda Municipal e Defesa Civil, guardam os presos como agentes prisionais e têm o duro trabalho do Instituto Médico Legal – IML – e da Coordenadoria de Perícias.
Pensando em defender e assegurar os direitos das mulheres dentro destes órgãos, as mulheres se uniram e criaram a Associação Integrada de Mulheres da Segurança Pública em Sergipe – Asimusep/ Se. “Começamos a discutir os problemas de gênero nessas instituições. Nestas discussões chegamos à conclusão de que esses problemas eram bastante semelhantes, e vimos a necessidade de nos organizar e em conjunto buscar nossos direitos”, explica a policial militar Svetlana Barbosa, presidente da Asimusep/Se.
“Queremos diminuir as diferenças, fruto da acepção de gênero nas instituições. Homens e mulheres são diferentes, isso é inegável. Mas se houver o respeito a essas diferenças poderemos trabalhar em pé de igualdade”, diz Svetlana. “Desejamos ser tratadas de forma igual e com nossas especificidades respeitadas”, completa a vice-presidente da Associação, a policial civil Jussiene Pache.
DISCRIMINAÇÃO
Um dos grandes problemas enfrentado pelas mulheres nas forças policiais é a falta de estrutura para recebê-las. Alojamentos, dormitórios e banheiros não foram adaptados para elas. “Tornar o problema público é um ato que possibilita as discussões em tomo desta questão e buscar as possíveis soluções para dirimir tais situações, às vezes, constrangedoras”, explica Érica Maria, funcionária do IML.
Para a militar Patrícia Rodrigues, a estrutura não foi pensada para as mulheres. “Éramos vistas como seres frágeis e desprotegidos e ainda temos o agravante de viver em uma sociedade patriarcal e machista.
Isso tem também seu reflexo dentro das instituições. Muito já se avançou, mas acreditamos que muitas adaptações ainda devem ser realizadas para que essa inserção seja plena”, afirma.
Tornar o problema público é um ato que possibilita as discussões em torno desta questão e buscar as possíveis soluções para dirimir tais situações, às vezes, constrangedoras.
Outro grande preconceito vem dentro da própria instituição, do próprio colega de trabalho, que prefere não se expor com uma mulher. “Muitos incentivam nosso trabalho, mas alguns ainda insistem no mito da superioridade masculina”, afirma Svetlana. “Queremos condições dignas para trabalhar em pé de igualdade. Não queremos ser poupadas de nossas atribuições funcionais”, afirma Érica Maria.
A Associação das Mulheres já foi recebida por assessores da SSP, da Secretaria da Justiça e pelo comandante geral da PM, o coronel José Carlos Pedroso. “Aguardamos retorno dos gestores da Guarda Municipal de Aracaju, da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros”, diz Svetlana.
DATA: 22 A 28 DE NOVEMBRO DE 2010 | CINFORM